Para a conhecer é preciso chegar e perder-se entre vales, respirar o ar puro da serra e do rio, deixar o verde da paisagem invadir os nossos sentidos. É assim Penacova, terra de rios e ribeiras, miradouros e penedos, de moinhos e azenhas, de vento e água.
No centro da Vila o destaque vai para a Pérgola Raúl Lino, da autoria do arquiteto com mesmo nome. Palco de inúmeros eventos ao longo do ano, a esplanada da Pérgola convida a sentar e a apreciar da varanda, sob as velhas cepas das glicínias, a paisagem que é soberba. E o rio, a sua presença é única, rodeado de campos de cultivo torna-se ainda mais atraente em fevereiro e março, época em que a lampreia é rainha e as giestas floresce, nas suas encostas.
Poderá encontrar também bem perto, no Largo Alberto Leitão, o busto, da autoria de Cabral Antunes, de António José de Almeida, 6º presidente da República Portuguesa, natural de Vale da Vinha, São Pedro de Alva.
Próximo dali, a Igreja Matriz, dedicada à Senhora Assunção, convida a que se percorra a calçada, se observe os rostos daqueles com que nos cruzamos e se descubra o pitoresco das fachadas ou o antigo pelourinho hoje transformado em cruzeiro.
Na proa da vila, o “cabeço do castelo”. Deslumbremo-nos com o Mirante Emydio da Silva. Daqui a vista é soberba, e o esplendor do vale inunda os ângulos da nossa visão.
A paisagem convida ao descanso e Penacova aos seus visitantes unidades de alojamento de diferentes tipologias, que, numa aliança única oferecem a simbiose perfeita entre a modernidade e a tradição.
Junto ao Mondego, encontram-se privilegiadamente localizados, dois parques de campismo.
Ali bem próximo, dispostos quase verticalmente, como livros numa instante, os quatzíticos silúricos formam o mais importante Monumento Natural do Concelho, a Livraria do Mondego.
A água límpida dos trechos não poluídos do Mondego e do Alva, correndo em curvas caprichosas entre montes escarpados que oferecem, a quem nos visita a tranquilidade e harmonia de uma paisagem única. Ao longo dos rios e na grandiosa Albufeira da Barragem da Aguieira existe um cenário perfeito para a prática da Pesca. Os amantes deste desporto, podem pescar, nas margens destes rios, achigãs, barbos, bogas, carpas, tenças, trutas, enguias e pimpão.
Se o motivo da visita é desfrutar a natureza e relaxar, poderão fazê-lo num dos muitos espaços de lazer que os leitos do Alva e do Mondego proporcionam, destacando-se naturalmente, na margem esquerda do Mondego, em frente à vila de Penacova, a Praia Fluvial do Reconquinho, galardoada a partir de 2013, com a Bandeira Azul, dispõe de Bar, Apoios de Praia, Fluvioteca e Animação garantida ao longo de toda a época balnear.
Não faltam motivos para agradáveis passeios, o concelho possui circuitos pedestres homologados e sinalizados no terreno, que permitem descobrir os espaços mais urbanos e rurais do concelho, destacando-se particularmente, aqueles que têm como palco o cenário da serra do Buçaco ou o bucólico Alva.
A geografia do terreno proporciona a quem procura atividades mais radicais os locais ideiais para a prática de Escalada, Rappel, Slide, TT, Downhill, entre outros.
Mas, é sem dúvida o BTT, o Trail Running, a Canoagem e o Kayaking que colocam Penacova no mapa nacional dos destinos turísticos de natureza. Existe um Centro de BTT e Trail Running que conta vários percursos delineados em parceria com o Ultramaratonista. Anualmente, milhares de pessoas descem o Rio Mondego em canoa ou Kayak , a solo ou em grupo, de dia ou à noite. Descer o Mondego é uma aventura que permite desfrutar em pleno a paisagem natural e descobrir espaços únicos só visíveis para quem percorre o leito do rio.
A 4 km da sede do Concelho, o Mosteiro de Lorvão ergue-se imponente nos seus 15 séculos de história, designado monumento nacional em 1910.
Motivo para nos visitar será, certamente, a descoberta da doçaria conventual e dos sabores tradicionais anualmente celebrados em Festivais Gastronómicos.
De Lorvão, a 1ª comunidade feminina da Ordem de Cister, em Portugal, foram originários os pastéis de amêndoa e muitas outras celestiais doçuras. Do Mondego, chegam as lampreias que dão o mote ao Festival, que em Fevereiro faz deslocar a Penacova milhares de apreciadores desta iguaria. A oferta gastronómica tradicional passa também pelo cabrito e a chanfana e, não dispensa, apetitosos peixes do rio, e enguias fritas.
A boa mesa, em Penacova, espalha-se pelos restaurantes do Concelho, que mantém a tradição de oferecer, a quem nos visita, um serviço de excelência.
No concelho, muitos são artesãos, grupos etnográficos e associações locais que mantêm acesas as artes e tradições mais antigas, nomeadamente, o fabrico manual de palitos, as descamisadas, a recuperação de barcos para a travessia do Mondego, a construção de réplicas da barca serrana, ou a reconstrução de azenhas e moinhos.
É aqui, no concelho de Penacova que se localiza um dos mais importantes conjuntos molinológicos nacionais. Distribuídos por todo o concelho, moinhos de vento, rodas e azenhas fazem jus às palavras de Nemésio que, David Mourão Ferreira, aqui mesmo, em Penacova, apelidou de "incansável moleiro das palavras".
Aqui, em Penacova, terra que possui “um admirável panorama de água, pinho e penedia”, as velas dos moinhos marcam indelevelmente a paisagem, tal como um dia marcam Nemésio que a este concelho devotou inúmeras palavras de profunda admiração.
Na Portela de Oliveira, o Museu do Moinho homenageia Vitorino Nemésio, que lhe dá o nome, e permite que quem o visite observe um magnífico espólio dedicado a esta arte ancestral.
Penacova continua a ter muito bom ar, mas também uma oferta cultural diversificada, um calendário de eventos que animam o concelho durante todo o ano, coroado, em Julho com as Festas do Município.
Penacova é rio, água, serra, penedia, pinho, moinhos, ventos e barcas serranas.
Penacova é descer o Mondego em Kayak, percorrer a pé os caminhos da serra do Buçaco e descobrir, em pleno palco da Batalha do mesmo nome, o “berço” do Marquês de Pombal, visitar, visitar o espólio do Museu do Moinho Vitorino Nemésio, observar o trabalho do moleiro, descer as encostas de Lorvão em bicicleta, escalar o Penedo de Castro ou a Livraria do Mondego, esperar que o peixe pique no açude do Vimieiro ou na pista de pesca de Vila Nova, descansar sob eucaliptos centenários nas Ermidas de São Paio do Mondego, sentir o perfume das Glicínias na Pérgola.
Por estes motivos e por todos os que com certeza descobrirão, convidamo-los a porem-se a caminho e a partir à aventura. Descobrir Penacova é, sem dúvida, saber onde a Natureza vive.