Outros Patrimónios

Cruzeiro de Penacova

As primeiras referências a Vila Cova datam do séc. X: o topónimo é mencionado em 1036, havendo notícias do seu antigo castelo a partir de 1105. D. Sancho ordenou a reconstrução e povoamento da localidade, concedendo-lhe a primeira carta de Foral ainda em 1192. Teve ainda Foral novo manuelino, datado de 1513. É possível que a construção original do Pelourinho de Penacova, ainda hoje levantado num pequeno largo localizado na zona do antigo castelo, seja contemporânea do Foral de D. Manuel, embora o monumento, pareça mais tardio, já que presentemente se encontra transformado em Cruzeiro.

É constituído por um soco de três degraus de planta quadrangular, sendo os dois inferiores de aresta viva, e o degrau superior de rebordo boleado. Nele assenta a base da coluna, composta por uma grande peça cúbica de arestas adoçadas, encimado por escócia, que prepara o arranque do fuste. O fuste é cilíndrico e liso, ligeiramente galbado, encimado por astrálago, colarinho cilíndrico e ábaco saliente, ao modo de tabuleiro. Sustenta, no presente, uma cruz latina de braços lisos.

O Pelourinho de Penacova foi classificado como Imóvel de Interesse Público (IIP) pelo Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-10-1933.

 

Capela de São João

Localiza-se na vila de Penacova. Data do fim do séc. XVI e sofreu modificações no séc. XVIII. Possui um alpendre de três arcos cortados na parede, sendo o do lado da estrada aberto quando esta se rasgou; na verga da porta lê-se S. SEBASTIANUS / 1581.

No interior, um retábulo de pedra e dois nichos, com imagens de S. João Baptista e S. Sebastião, entre três pilastras com pendurados, data do final do séc. XVI.

 

Capela de Santo António

Localiza-se na encosta sul da Vila de Penacova. Data do séc. XVII, mas sofreu modificações posteriores.

No chão da capela-mor, uma campa gasta com faixa envolvente e decorada possui brasão sumido e a lápide sepulcral de Manuel de Paiva, datada de 1621.

No interior, destacam-se, igualmente, os retábulos secundários dos sécs. XVII e XVIII, com esculturas de S. António e S. Francisco, do mesmo período. Púlpito cilíndrico. Numa mísula vê-se um Anjo da Anunciação, de pedra, do séc. XVI correspondendo-lhe numa outra, uma Virgem de madeira, dos sécs. XVII e XVIII.

 

Capela de N.ª Sr.ª do Montalto

Localiza-se a norte de Penacova, no alcantilado do Montalto que, devido à sua posição estratégica foi ocupado pelas forças anglo-lusas, durante a batalha do Buçaco.

Trata-se de um santuário de montanha, cujas origens remontam até à época pré-histórica. A construção atual é do séc. XVIII, apesar de possuir elementos mais antigos.

No passado foi um importante centro de romaria a que afluíam as populações em redor. Segundo as informações paroquiais de 1721, nesse tempo "os moradores da vila do Botão e os de São João de Figueira" vinham todos os anos em procissão à Sr.ª do Montalto, em cumprimento de um "voto antiquíssimo", trazendo as suas ofertas em tabuleiros à cabeça de donzelas "como tradição antiga". As mesmas informações paroquiais afirmam que "ao pé deste monte, contam os naturais, que nascem umas pedras redondas como seixos, as quais partidas se lhe acha dentro outra pedrinha de tamanho e redondeza de uma noz que com pouca violência se desfaz em pó, e este aplicado à enfermidade da asma é singular remédio, e tanto por singular e único de muitas partes deste reino são procuradas, e como se fossem milagrosas saram os asmáticos, e ficam de todo livres".

 

Capela de N.ª Sr.ª da Moita

Localiza-se na povoação de Gondelim, freguesia de Penacova. Muitos documentos do Mosteiro de Lorvão atestam a existência desta povoação no séc. X. Ali se instalaram os pais da célebre Mumadona, fundadora de Guimarães.

 

Pelourinho de Carvalho

A antiga povoação de Carvalho, hoje freguesia do concelho de Penacova, chegou em tempos a ser vila e sede de concelho, com origem num morgadio medieval instituído no séc. XII. Recebeu Foral Manuelino em 1514, data certamente contemporânea da construção do seu pelourinho, conforme a heráldica nele aposta. O concelho foi extinto no séc. XIX.

O pelourinho foi restaurado em data incerta, possivelmente em torno de 1940, e a sua plataforma original foi alterada. Consta de dois degraus quadrangulares, de aresta, o inferior aparentemente conservado do soco primitivo. Aqui assenta diretamente a coluna, elevando-se em fuste que arranca e termina em secção quadrangular, mas chanfrado nos ângulos a toda a altura, tomando a secção octogonal. Não existe capitel. O remate é constituído por um bloco prismático com as faces decoradas com o habitual discurso heráldico do período manelino, nomeadamente um escudo nacional com coroa aberta, em semi-círculo saliente, duas cruzes da Ordem de Cristo em faces opostas e um escudo vazio. Este, é particularmente curioso, uma vez que seria de esperar encontrar as armas dos Morgados de Carvalho, antepassados dos Condes de Oeiras e Marqueses de Pombal. Esta peça tem coroamento piramidal e é encimada por pequena bola lisa. Os lavores do monumento, nomeadamente, dos relevos heráldicos, são de boa qualidade e detalhe. 

Pelourinho de Carvalho  foi classificado como Imóvel de Interesse Público (IIP) pelo Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-10-1933: Inventário elaborado pela ANBA.

 

Capela de Santo António do Cântaro

Em 1215, D. Domingos Feirol declara em testamento ter instituído, com sua mulher, D. Belida, uma albergaria, com obrigação de ter três camas permanentes e, nos meses de Julho, Agosto e Setembro, um cântaro cheio de água para os viandantes, que por ali cruzavam a estrada entre Coimbra e Viseu, saciarem a sua sede. Em 1226, a instituição da albergaria é confirmada por D. Bartolomeu Domingues, filho do casal.

O edifício da Capela, hoje único vestígio da albergaria, data do séc. XVI, possui retábulo de talha dourada setecentista.

 

Igreja Matriz de São Pedro de Alva

O atual edifício da igreja pertence a duas épocas: a capela-mor ao segundo quartel do século XVI e o corpo da igreja à segunda metade do século XVIII, por ter desabado o da época quinhentista, com o terramoto de 1755. A capela-mor, construída numa fase de transição estilística, forma com agrupamento de elementos manuelinos e da renascença temporã. O alto arco cruzeiro é de pilastras do renascimento; a bem rasgada fresta (entaipada na base), posta à epístola, de remate curto, é do tipo corrente na transição. 

Na porta lateral da capela-mor e na esquina de cunhal há um brasão de armas em cuja composição entram as armas dos Farinhas. Toda a capela-mor é revestida de azulejos rosetas, em reticulado, no século XVIII. Possui um belo vitral na sua janela. Alguns elementos do retábulo quinhentista foram conservados e o frontal era revestido de azulejos sevilhanos da época. Possui algumas imagens de destaque: Nossa Senhora da Conceição, de mãos postas, manuelina, do séc. XVI, no colateral da esquerda; S. Brás, no da direita, do séc. XVII.